Fundos de Investindos no setor legal de ‘Cannabis’

Fundos de Investindos no setor legal de ‘Cannabis’

Os fundos podem valer mais de 50 milhões de dólares em 2026

A venda legal de maconha vai triplicar nos próximos cinco anos nos Estados Unidos. De acordo com uma pesquisa do ArcView Market Research, as previsões apontam para uma taxa de crescimento anual na ordem dos 26%, até chegar aos 21,6 mil milhões de dólares em 2021. O crescimento meteórico desta indústria em expansão não passa despercebido ao mundo empresarial, com startups e investidores muito atentos ao fenomeno e com vontade de arriscar e apostar em negócios nesta área. De acordo com a Investopedia, são já vários os fundos de capital de risco e private equity que investiram centenas de milhões de dólares em projetos relacionados com a venda de maconha nos Estados Unidos.

Em 2016, a venda legal de maconha atingiu um valor recorde de 6,9 mil milhões de dólares nos Estados Unidos, mais 34% do que em 2015. Em termos fiscais, a venda de maconha rendeu 500 milhões de dólares em impostos sobre o consumo que entraram diretamente para os cofres estaduais. Para 2026, as projeções avançadas pelo Cowen Washington Research Group apontam para vendas na ordem dos 50 mil milhões de dólares. No total, incluindo o mercado lícito e ilícito, as vendas de maconha nos EUA deverão atingir os 65,1 mil milhões de euros em 2025. As previsões do ArcView Market Research baseiam-se na premissa de que a tendêmcia de legalização se vai estender a mais estados norte-americanos. Com a legalização da maconha para consumo próprio nos estados da Califórnia, Massachusetts, Nevada e Maine, em 2016, a prática passou agora a ser permitida a 21% da população norte-americana. Quase metade dos estados norte-americanos já legalizaram a maconha para uso médico ou pessoal, um número que poderá aumentar em 2017. Tendo em conta que o consumo de maconha continua a ser ilegal de acordo com a lei federal dos EUA, a nova administração do Presidente Donald Trump já avisou que apertará o cerco à fiscalização do consumo de maconha para “uso recreativo”. Em sentido contrário, uma sondagem da Universidade de Quinnipiac, no Connecticut, citada pela Reuters, mostra que 71% dos eleitores são a favor de serem os próprios estados a decidir a legalização da substância. Da mesma forma, um estudo da Gallup diz que 60% dos americanos são a favor da legalização da maconha, cerca do dobro do que em 2000.

Privateer Holdings Este fundo de private equity tornou-se na primeira no mercado de venda de cannabis a ultrapassar a marca de 100 milhões de dólares angariados, com a conclusão de uma ronda de 40 milhões de dólares no ano passado. Desde a sua fundação já angariou um total de 122 milhões. O seu portefólio de investimento inclui o produtor de maconha para uso médico Tilray e a marca Marley Natural and Leafy, criada com base na vida e no legado do cantor de reggae jamaicano Bob Marley.

Tuatara Capital – Fundado em 2014, esta empresa de private equity tem um valor considerável para investir em empresas de cannabis. Em agosto de 2016, o Wall Street Journal noticiou que a Tuatara Capital dispunha de 93 milhões de dólares para investir no negócios da maconha. Neste momento é o principal investidor na marca de cannabis do cantor Willie Nelson – Willie’s Reserve -, além de apoiar a empresa biofarmacêutica especializada na produção de derivados de cannabis TeeWinot Life Sciences.

MedMen Capital – Esta empresa de capital de risco faz parte do grupo MedMen, uma consultora especializada no negócio da cannabis. No plano do investimento, a MedMen estabeleceu uma parceria com a Wicklow Capital, de forma a que o MedMen Opportunity Fund se estreou no mercado com um valor de 100 milhões de dólares, no ano passado, tendo aumentado mais 30 milhões em janeiro de 2017.

 

Poseidon Asset Management –  Fundado em 2013 pelos irmãos Morgan e Emily Paxhia, este fundo de investimento declarou um valor de sete milhões de dólares em dezembro de 2015 para investir em áreas como tecnologia agrícola e análise de dados para a indústria da maconha.

 

Salveo Capital  – Com base na cidade de Chicago, o fundo de capital de risco Salveo anunciou investimentos nas empresas Headset, dedicada à análise de dados no negócio da cannabis e com sede em Washington, e Front Range Biosciences, especializada em biotecnologia. A Salveo declarou fundos de 25 milhões de dólares em 2016, mas dados oficiais mostram um valor que não vai além de 1,69 milhões. 

Casa Verde –  O fundo de capital de risco Casa Verde deve a sua fama a mais um nome sonante do mundo da música, o rapper Snoop Dogg. Em 2015, a empresa fundo anunciou que estava à procura de investidores para constituir um fundo de investimento no valor de 25 milhões de dólares. Neste momento já investiu na empresa Eaze, sediada na Califórnia e conhecida como “a Uber do negócio da cannabis”, e também na FunkSac, que desde o estado do Colorado gere um negócio de embalagens para armazenamento da substância.

 

Phyto Partners –  O foco deste fundo de capital de risco com sede na Florida passa pela gestão de dados e soluções tecnológicas para o negócio de venda legal de maconha. Em 2015 anunciou um fundo de investimento de 10 milhões de dólares, posteriormente reforçado com mais 2,2 milhões. O seu portifólio incluiu a empresa de análise de dados New Frontier, e também a Grownetics que aposta em soluções de cultivo e crescimento da planta da cannabis, e a ainda a Leaf, dedicada da mesma forma ao negócio de comercialização da substância. 

 

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